Rubi - Odiados por Sonhar
Era como acordar com um piano tocando as escalas da mais bela música. Me sentia estranha, conhecendo o desconhecido e conseguindo tocar cada nota.
Tentei me levantar, mas estava sem forças; ao cair no chão me deparo com a realidade de que nem tudo é tão fácil, nem mesmo em um conto de fadas.
Poderia meu reino ser o mais belo de todos, com suas argolas de prata guardando chamas da vida. Mas mesmo assim eu vi a peste nascer e devastar cada alma, apagando as chamas com facilidade.
Nunca pensei em como seria acordar ao lado de meu amor. Mas no dia em que eu veria seus olhos a me olhar, esperando que eu acordasse… Me veio a mesma música e levou-o de mim.
Nos olhos negros de meus pais vi desespero, no grito de meus amigos senti dor. E vi meu amor inquieto por não poder me dar um único beijo de despedida, aquele que ele sabia que seria o último.
Fiquei trancafiada em uma sala escura, apenas com uma bolinha para jogar na parede. Minha sanidade se esvaía a cada vez que imaginava estar em outros momentos. Momentos com meu amor, que eu nunca esqueceria! Mas a maldita orquestra de Pas de Deux nos separou.
Quando estava prestes a simplesmente desistir e esperar a morte me levar também, um sussurro e uma brisa me levantam e dizem: continue! Benditas sejam minhas Deusas, e aquele brilho me abraçou.
Sempre desconfiei sobre meu nascimento, mas não acreditava que fosse filha justamente da pessoa mais poderosa de todo o reino… A Maga.
Autora: Isabela Thiebaut
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