Árvore de família : a morte de um é a herança de outro

A estreia de Rosane da Veiga Faria na literatura vem em clima fantástico.

Em Árvore de Família: a morte de um é a herança de outro, a escritora vasculha seres e ocorrências inverossímeis, em uma narrativa que mescla o universo mágico com a tradição, a cultura e a religiosidade do povo Pomerano, que, no Brasil, viveu em comunidades isoladas por um longo período, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Espírito Santo. Na história, os bons presságios da lua cheia revelam entes da escuridão e lhe tiram os poderes. Por outro lado, a lua negra traz os maus presságios e aumenta a força e a energia de criaturas das trevas.

O livro segue a máxima descrita pelo filósofo Tzvetan Todorov (1939-2017): dentro da nossa realidade regida por leis, ocorrências que não podem ser explicadas por estas leis incidem na incerteza de serem reais ou imaginárias. Cabe ao leitor decifrar o mistério da história.

Rosane da Veiga Faria nasceu carioca, mas é gaúcha desde muito pequena. Formou-se em Biblioteconomia na UFRGS. A paixão pela leitura a levou ao amor pela escrita. Sempre produziu seus próprios textos, em que a imaginação e a fantasia são soberanas. Nas leituras, também as histórias fantásticas prevalecem — T. R. R. Tolkien —, sobretudo com seu mergulho na mitologia nórdica. Rosane embarcou com o autor de O Senhor dos Anéis nessa viagem e, em leituras e pesquisas, descobriu o povo wendish, a origem dos pomeranos, que imigraram da região do Mar Báltico, atualmente o norte da Alemanha e da Polônia, para o Brasil, por volta de 1860.

O próximo passo foi empreender estudos e viagens pelo Sul do país e pela Alemanha, por uma década, até que não houve mais jeito: nasce o seu primeiro livro, que você lê agora.