Morpheu é como os gregos antigos chamavam o deus dos sonhos. Este livro intitulado Morpheu por certo trata de sonhos. Sonhos da humanidade de um futuro hipotético longínquo. Porém, mais do que sonhos Morpheu é um tratado sobre a memória do que ainda não existe senão dentro de minha imaginação. Morpheu fala de lembranças, memórias de algum tempo, lugar distante. Um lugar recôndito. Às vezes perdido, esquecido. Outras vezes só esperando começarmos a puxar o fio de Ariadne, reiniciarmos a jornada percorrendo o caminho traçado anteriormente.Morpheu fala de sonhos e de lembranças, e de recriação da estória... Lembranças, despertar da memória que dorme num canto de sótão aonde o velho e o novo fato se amontoam, gestando o acréscimo algo fantasioso de relatos fantásticos pouco precisos. Nesse lugar em mim adormeceram as imagens dos dias ensolarados; resquícios de olfato, paladar, tato. Barulhos peculiares a minha volta, nos vários mundos interiores, ambientes onde frequentei. Realidade que só o tempo fez transformarem-se em sonho. Nossa vida trata-se disso: sonhos. Alguns mais nítidos palpáveis, aos quais designamos como realidade, outros diáfanos, etéreos. Esses pertencentes ao chamado imaginário como se fosse possível a dissociação entre os estados de vigília e os de repouso. Como se fosse possível separar o desejo da vontade. O mito do fato simples, a estória da consecução. Lembrança, ferramenta para evocar os melhores momentos passados, que invariavelmente nos oferece águas amargas sob forma de memórias ruins e desoladoras. Morpheu se trata disso, um compêndio de memórias dos seres que habitam o terreno do imaginário cujas trajetórias se sobrepõem, e se entremesclam tal e qual são as ações dentro dos sonhos domínio de Morpheu deus dos sonhos filho do sono e da noite. Sonhos loquazes plenos de paixão e entrega que não se deixam fenecer pelo devir do tempo nem temem o porvir da morte a busca de cumprir o destino que traçaram para si mesmos.
Morpheu
Autor: Alexandre Florez
Ano: 2012